sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Qual a cor do Brasil?: Racismo e mestiçagem no século XIX

Foi uma preocupação das elites brasileiras a construção de uma identidade para o Brasil logo após a sua independência do Brasil em 1822. Assim, os governantes e intelectuais do país, herdeiros dos portugueses e de sua cultura européia, inspiraram-se nos valores europeus de cultura para construir a história do Brasil.
Foi na segunda metade do século XIX, nos meados de 1870 que chegam ao Brasil “um bando de idéias novas” vindas da Europa. As idéias eram estudos supostamente científicos que tentavam criar um padrão de evolução das raças. Segundo a Eugenia, suposta ciência criada para determinar o nível de evolução das raças, o branco seria o padrão racial mais evoluído, enquanto o negro ocuparia o nível racial mais inferior.

A Eugenia quando chega ao Brasil provocou muito espanto, já que o Brasil era um país mestiço, e segundo esta teoria os países que não tinham a maior parte da população branca estavam determinados a ser um país fracassado. 
Para solucionar o “problema” racial existente, os cientistas brasileiros em conjunto com o governo iniciam um plano de branquear a população. O branqueamento deveria se dar pelo cruzamento de raças mestiças com povos brancos, para isso o governo inicia um processo de trazer imigrantes europeus para o Brasil (especialmente italianos e alemães). O branqueamento é uma forma de racismo criada no Brasil. No período pós-abolição da escravatura este fenômeno era retratado como um processo sem volta no país. Pelas estimativas mais “confiáveis”, o tempo necessário para a extinção do negro em terras brasileiras variava entre 50 a 200 anos.
As políticas do branqueamento já não mais fazem parte das políticas contemporâneas, porém as consequências das posturas dos eugenistas e suas teorias racistas ainda trazem fortes marcas de preconceito contra a população negra brasileira.
 

domingo, 27 de maio de 2012

Macaíba: A linda Palmeira de Seu Fabrício



Macaíba progredia no final do século XVIII, naquela época, nas margens do rio Jundiaí, viviam famílias dedicadas ao trabalho de plantação de algodão, cultivo de cereais e criação de gado. A povoação inicialmente se chamava Coité, por causa de uma árvore que se destacava entre os vegetais existentes na região.  
Foi na segunda metade do século XIX que Coité viu sua história mudar de rumo. A mudança teve haver com algo que acontecia em outro país: a Inglaterra. Por volta de 1860 a Inglaterra, país que iniciou a Revolução Industrial, era a principal produtora de tecidos do mundo. Como naquele país não havia produção de algodão eles importavam sua matéria prima do Egito e dos Estados Unidos. Mas tudo mudou quando os Estados Unidos entraram em Guerra Civil e suas plantações de algodão ficaram devastadas. Sem ter como comprar algodão nos EUA, a Inglaterra foi em busca de novos parceiros comerciais, que veio a ser o Nordeste brasileiro, que era produtor de algodão.
Por estar localizada numa área estratégica, para a época, Coité beneficiou-se com toda a situação, pois todo o algodão produzido no Rio Grande do Norte era transportado e comercializado a partir de Coité. Isso acontecia porque a cidade de Natal que era a capital tinha problemas de comunicar com o interior, já que a geografia da cidade, cercadas por dunas dificultava a construção de estradas carroçáveis. Naquela época o porto da cidade também não era bom, pois havia uma pedra que impedia a entrada de grandes navios. Dessa forma, a ligação de Natal com o interior se dava pelo rio Jundiaí, que recebia embarcações de médio porte. Portanto, Coité recebia toda a mercadoria de açúcar e algodão produzido no interior do estado e tonava-se a principal cidade econômica do estado, negociando as mercadorias diretamente com os comerciantes de Natal, da Paraíba e de Pernambuco que mandavam boa parte do algodão comprado em Coité para a Inglaterra.
Foi interessado no comércio da região que o paraibano Fabrício  Gomes Pedrosa chegou na cidade. Seu Fabrício entrou na história da cidade por ter sido ele o responsável por mudar o nome de Coité para Macaíba, no ano de 1855, em homenagem a uma palmeira de mesmo nome.
O declínio econômico de Macaíba chegou após 1880, com a implantação das primeiras linhas ferroviárias na região. Com o trem a cidade de Natal, capital do estado, poderia se ligar diretamente com as cidades do interior, fazendo o comércio diretamente com elas, assim macaíba deixava de ser um importante entreposto comercial. 





Bom Jesus: A Lagoa da Panela

Bom Jesus começou a ser povoado em 1754 como uma propriedade de criação de gado e lavoura pertencente ao Padre José Vieira Afonso. As suas terras ocupavam toda a região ao longo da Lagoa da Panela. Naquela época as terras eram chamadas de Capoiras, com o passar dos anos passou a se chamar Panelas. Não se sabe se o nome de Panelas veio da lagoa ou faz referencia ao nome de uma indústria oleira (utensílios de barro) que existia na região. 
Em 1877, Panelas já tinha um povoado com policiamento e feira, o que mostra o aumento no número de habitantes. Em 1917 foi erguida a capela em homenagem ao Sagrado Coração de Jesus. Por causa do nome da capela a cidade passou a se chamar Bom Jesus em 1936, por iniciativa de um deputado. Mas foi apenas em 1962 que Bom Jesus torna-se cidade, deixando de ser parte do Município de Elói de Souza.

Informações sobre a geografia de Bom Jesus:
Localizada na Região do Trairí, Bom Jesus está a 46km de distância da capital, com 130,2 quilômetros quadrados de território, onde vivem 9.651 habitantes, sendo 7.066 no setor urbano e 2.585 na zona rural.
O município tem uma atividade produtiva baseada na agricultura, na avicultura (criação de aves) e na pecuária com destaque a produção de leite.
O principal destaque folclórico é o Boi-Bumbá que se apresenta no meio e no final do ano, além das quadrilhas juninas. Mas a maior festa da cidade é a do padroeiro, o Coração de Jesus, que ocorre no último domingo de novembro.

FONTE: MORAIS, Marcus Cesar Cavalcanti de. Terras potiguares. 3. ed. Natal: FOCO, 2007.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

O tempo da fábrica




A Revolução Industrial mudou também a maneira de ver e de usar o tempo. Antes dela, as pessoas geralmente acordavam ao nascer do sol, almoçavam quando ele estava em uma determinada posição no céu e dormiam pouco tempo depois de ele se pôr. O período de chuvas e de secas ou as fases da lua ajudavam os seres humanos a organizar e distribuir suas tarefas ao longo do ano. Por isso se diz que as pessoas se guiavam pelo tempo da natureza.
Foi o surgimento das fábricas e do trabalho assalariado que criou a necessidade de controlar o tempo, de saber, por exemplo, quantas horas um grupo de trabalhadores levaria para fazer um determinado produto.  O relógio passou a ser usado por um número maior de pessoas (até o século XIX, só os milionários possuíam relógio). Foi também com a Revolução Industrial que nasceram expressões como “preciso ganhar tempo”. As pessoas passavam a se guiar pelo tempo da fábrica.
A ilustração ao lado mostra a correria do dia a dia nas grandes cidades.

Fonte: BOULUOS Júnior, Alfredo. História: sociedade e cidadania, 8. Ano. São Paulo: FTD, 2009. p. 90.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

A Marcação do Tempo e os Calendários





O calendário representa a organização social do tempo. Os calendários foram inventados com a intenção de controlar os dias e os meses entre as colheitas e a preparação das terras para o cultivo. Eles possibilitam definir os momentos para a cobrança de tributos e permitem estabelecer as festas e as celebrações religiosas.

Os diversos povos criam formas variadas de organização do tempo. isso quer dizer que existiam (e existem) calendários diferentes, que variam de acordo com os costumes e crenças de cada povo. Por exemplo, os babilônios, os egípcios, os astecas, os maias e os gregos tinham a sua própria forma de contar o tempo. Além deles, os árabes, os judeos e os chineses, até hoje, utilizam seu próprio calendário.


O calendário Cristão ou Gregoriano
Nós, ocidentais, utilizamos o calendário cristão. Seu marco inicial, ou seja, o ano 1, é o nascimento de Cristo. Já os anos que antecedem ao nascimento de Cristo são contados em ordem decrescente. Por exemplo, os romanos consideravam a fundação da cidade de roma o ano 1.
A semana: No interior do calendário mensal surge outra unidade de tempo menor, a semana. São necessários cerca de  sete dias para a Lua ir de uma fase a outra, que na Roma antiga era chamada septmana (sete manhãs).


Outros calendários
Além do calendário cristão, outros calendários antigos são ainda hoje utilizados. No calendário judaico, o marco inicial (ano 1) é a criação do mundo, o que segundo a Bíblia,ocorreu em 3760 a.C. 
Desde 1912 a China adotou oficialmente o calendário cristão, mas o calendário Chinês ainda é utilizado pela população. Diferentemente do nosso calendário os chineses marcam o ano 1 a partir do inicío do reinado do Imperador Amarelo, que teria acontecido no ano 2698 a.C.
Já no calendário muçulmano e no Persa, o ano 1 corresponde à partida de Maomé, fundador da religião islamita, da cidade de Meca para Medina. Isso ocorreu no ano 622 do calendário cristão.
Para saber em que ano estamos no calendário mulçumano, não basta subtrair 622 do ano cristão. Pois, o calendário cristão é solar, isso é, considera o tempo que a Terra leva para dar uma volta em torno do Sol (365 ou 366 dias); já o muçulmano é lunar, pois se baseia nos movimentos da Lua. Resultado: o ano do calendário cristão tem de dez a onze dias a mais que o do calendário muçulmano.


Textos retirados do:
CAMPOS, Flávio de. Ritmos da História: 6 ano. São Paulo: Escala Educational, 2009
VINCENTINO, Claudio. Projeto RADIX: raiz do conhecimento. São Paulo:Scipione, 2011