Macaíba progredia no final do século XVIII, naquela época, nas
margens do rio Jundiaí, viviam famílias dedicadas ao trabalho de plantação de
algodão, cultivo de cereais e criação de gado. A povoação inicialmente se
chamava Coité, por causa de uma árvore que se destacava entre os vegetais
existentes na região.
Foi na segunda metade do século XIX que Coité viu sua história
mudar de rumo. A mudança teve haver com algo que acontecia em outro país: a
Inglaterra. Por volta de 1860 a Inglaterra, país que iniciou a Revolução
Industrial, era a principal produtora de tecidos do mundo. Como naquele país
não havia produção de algodão eles importavam sua matéria prima do Egito e dos
Estados Unidos. Mas tudo mudou quando os Estados Unidos entraram em Guerra
Civil e suas plantações de algodão ficaram devastadas. Sem ter como comprar
algodão nos EUA, a Inglaterra foi em busca de novos parceiros comerciais, que
veio a ser o Nordeste brasileiro, que era produtor de algodão.
Por estar localizada numa área estratégica, para a época, Coité
beneficiou-se com toda a situação, pois todo o algodão produzido no Rio Grande
do Norte era transportado e comercializado a partir de Coité. Isso acontecia
porque a cidade de Natal que era a capital tinha problemas de comunicar com o
interior, já que a geografia da cidade, cercadas por dunas dificultava a
construção de estradas carroçáveis. Naquela época o porto da cidade também não
era bom, pois havia uma pedra que impedia a entrada de grandes navios. Dessa
forma, a ligação de Natal com o interior se dava pelo rio Jundiaí, que recebia
embarcações de médio porte. Portanto, Coité recebia toda a mercadoria de açúcar
e algodão produzido no interior do estado e tonava-se a principal cidade
econômica do estado, negociando as mercadorias diretamente com os comerciantes
de Natal, da Paraíba e de Pernambuco que mandavam boa parte do algodão comprado
em Coité para a Inglaterra.
Foi interessado no comércio da região que o paraibano
Fabrício Gomes Pedrosa chegou na cidade.
Seu Fabrício entrou na história da cidade por ter sido ele o responsável por
mudar o nome de Coité para Macaíba, no ano de 1855, em homenagem a uma palmeira
de mesmo nome.
O declínio econômico de Macaíba chegou após 1880, com a
implantação das primeiras linhas ferroviárias na região. Com o trem a cidade de
Natal, capital do estado, poderia se ligar diretamente com as cidades do
interior, fazendo o comércio diretamente com elas, assim macaíba deixava de ser
um importante entreposto comercial.
Bom Jesus: A Lagoa da
Panela
Bom Jesus começou a ser povoado
em 1754 como uma propriedade de criação de gado e lavoura pertencente ao Padre
José Vieira Afonso. As suas terras ocupavam toda a região ao longo da Lagoa da
Panela. Naquela época as terras eram chamadas de Capoiras, com o passar dos
anos passou a se chamar Panelas. Não se sabe se o nome de Panelas veio da lagoa
ou faz referencia ao nome de uma indústria oleira (utensílios de barro) que
existia na região.
Em 1877, Panelas já tinha um
povoado com policiamento e feira, o que mostra o aumento no número de
habitantes. Em 1917 foi erguida a capela em homenagem ao Sagrado Coração de
Jesus. Por causa do nome da capela a cidade passou a se chamar Bom Jesus em
1936, por iniciativa de um deputado. Mas foi apenas em 1962 que Bom Jesus
torna-se cidade, deixando de ser parte do Município de Elói de Souza.
Informações sobre a geografia de
Bom Jesus:
Localizada na Região do Trairí,
Bom Jesus está a 46km de distância da capital, com 130,2 quilômetros
quadrados de território, onde vivem 9.651 habitantes, sendo 7.066 no setor
urbano e 2.585 na zona rural.
O município tem uma atividade
produtiva baseada na agricultura, na avicultura (criação de aves) e na pecuária
com destaque a produção de leite.
O principal destaque folclórico é
o Boi-Bumbá que se apresenta no meio e no final do ano, além das quadrilhas
juninas. Mas a maior festa da cidade é a do padroeiro, o Coração de Jesus, que
ocorre no último domingo de novembro.
FONTE:
MORAIS, Marcus Cesar Cavalcanti de. Terras
potiguares. 3. ed. Natal: FOCO, 2007.