domingo, 27 de maio de 2012

Macaíba: A linda Palmeira de Seu Fabrício



Macaíba progredia no final do século XVIII, naquela época, nas margens do rio Jundiaí, viviam famílias dedicadas ao trabalho de plantação de algodão, cultivo de cereais e criação de gado. A povoação inicialmente se chamava Coité, por causa de uma árvore que se destacava entre os vegetais existentes na região.  
Foi na segunda metade do século XIX que Coité viu sua história mudar de rumo. A mudança teve haver com algo que acontecia em outro país: a Inglaterra. Por volta de 1860 a Inglaterra, país que iniciou a Revolução Industrial, era a principal produtora de tecidos do mundo. Como naquele país não havia produção de algodão eles importavam sua matéria prima do Egito e dos Estados Unidos. Mas tudo mudou quando os Estados Unidos entraram em Guerra Civil e suas plantações de algodão ficaram devastadas. Sem ter como comprar algodão nos EUA, a Inglaterra foi em busca de novos parceiros comerciais, que veio a ser o Nordeste brasileiro, que era produtor de algodão.
Por estar localizada numa área estratégica, para a época, Coité beneficiou-se com toda a situação, pois todo o algodão produzido no Rio Grande do Norte era transportado e comercializado a partir de Coité. Isso acontecia porque a cidade de Natal que era a capital tinha problemas de comunicar com o interior, já que a geografia da cidade, cercadas por dunas dificultava a construção de estradas carroçáveis. Naquela época o porto da cidade também não era bom, pois havia uma pedra que impedia a entrada de grandes navios. Dessa forma, a ligação de Natal com o interior se dava pelo rio Jundiaí, que recebia embarcações de médio porte. Portanto, Coité recebia toda a mercadoria de açúcar e algodão produzido no interior do estado e tonava-se a principal cidade econômica do estado, negociando as mercadorias diretamente com os comerciantes de Natal, da Paraíba e de Pernambuco que mandavam boa parte do algodão comprado em Coité para a Inglaterra.
Foi interessado no comércio da região que o paraibano Fabrício  Gomes Pedrosa chegou na cidade. Seu Fabrício entrou na história da cidade por ter sido ele o responsável por mudar o nome de Coité para Macaíba, no ano de 1855, em homenagem a uma palmeira de mesmo nome.
O declínio econômico de Macaíba chegou após 1880, com a implantação das primeiras linhas ferroviárias na região. Com o trem a cidade de Natal, capital do estado, poderia se ligar diretamente com as cidades do interior, fazendo o comércio diretamente com elas, assim macaíba deixava de ser um importante entreposto comercial. 





Bom Jesus: A Lagoa da Panela

Bom Jesus começou a ser povoado em 1754 como uma propriedade de criação de gado e lavoura pertencente ao Padre José Vieira Afonso. As suas terras ocupavam toda a região ao longo da Lagoa da Panela. Naquela época as terras eram chamadas de Capoiras, com o passar dos anos passou a se chamar Panelas. Não se sabe se o nome de Panelas veio da lagoa ou faz referencia ao nome de uma indústria oleira (utensílios de barro) que existia na região. 
Em 1877, Panelas já tinha um povoado com policiamento e feira, o que mostra o aumento no número de habitantes. Em 1917 foi erguida a capela em homenagem ao Sagrado Coração de Jesus. Por causa do nome da capela a cidade passou a se chamar Bom Jesus em 1936, por iniciativa de um deputado. Mas foi apenas em 1962 que Bom Jesus torna-se cidade, deixando de ser parte do Município de Elói de Souza.

Informações sobre a geografia de Bom Jesus:
Localizada na Região do Trairí, Bom Jesus está a 46km de distância da capital, com 130,2 quilômetros quadrados de território, onde vivem 9.651 habitantes, sendo 7.066 no setor urbano e 2.585 na zona rural.
O município tem uma atividade produtiva baseada na agricultura, na avicultura (criação de aves) e na pecuária com destaque a produção de leite.
O principal destaque folclórico é o Boi-Bumbá que se apresenta no meio e no final do ano, além das quadrilhas juninas. Mas a maior festa da cidade é a do padroeiro, o Coração de Jesus, que ocorre no último domingo de novembro.

FONTE: MORAIS, Marcus Cesar Cavalcanti de. Terras potiguares. 3. ed. Natal: FOCO, 2007.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

O tempo da fábrica




A Revolução Industrial mudou também a maneira de ver e de usar o tempo. Antes dela, as pessoas geralmente acordavam ao nascer do sol, almoçavam quando ele estava em uma determinada posição no céu e dormiam pouco tempo depois de ele se pôr. O período de chuvas e de secas ou as fases da lua ajudavam os seres humanos a organizar e distribuir suas tarefas ao longo do ano. Por isso se diz que as pessoas se guiavam pelo tempo da natureza.
Foi o surgimento das fábricas e do trabalho assalariado que criou a necessidade de controlar o tempo, de saber, por exemplo, quantas horas um grupo de trabalhadores levaria para fazer um determinado produto.  O relógio passou a ser usado por um número maior de pessoas (até o século XIX, só os milionários possuíam relógio). Foi também com a Revolução Industrial que nasceram expressões como “preciso ganhar tempo”. As pessoas passavam a se guiar pelo tempo da fábrica.
A ilustração ao lado mostra a correria do dia a dia nas grandes cidades.

Fonte: BOULUOS Júnior, Alfredo. História: sociedade e cidadania, 8. Ano. São Paulo: FTD, 2009. p. 90.